1519 | Cristóvão de Mendonça terá sido, segundo vários historiadores, o primeiro europeu a chegar a terras australianas. Embora não haja referências a esta viagem ou viagens nos arquivos históricos de Portugal. A principal evidência que fundamenta esta teoria foi a descoberta de dois canhões portugueses afundados ao largo da baía de Broome na costa noroeste da Austrália. A tipologia dessas peças de artilharia indica serem de fabricação portuguesa, podendo ser datadas entre os anos de 1475 e 1525. Segundo o blog Portugal Glorioso esta descoberta foi realmente confirmada. ▶ |
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Cristóvão de Mendonça
Fernão de Magalhães
1519 | Fernão de Magalhães, a serviço do rei de Espanha, planeia e comandou a expedição marítima que efetuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo. Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo sul do continente americano, a atravessar o estreito que hoje leva seu nome e a cruzar o Oceano Pacífico, que nomeou. ▼ |
Em 1517, Magalhães foi a Sevilha com Rui Faleiro, tendo encontrado no feitor da "Casa de la Contratación" da cidade um adepto do projecto que entretanto concebera: dar a Espanha a possibilidade de atingir as Molucas pelo Ocidente, por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e, além disso, segundo Faleiro, provar que as ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano.
Com a influência do bispo de Burgos conseguiram a aprovação do projecto por parte de Carlos V, e começaram os morosos preparativos para a viagem, cheios de incidentes; o cartógrafo de origem portuguesa Diogo Ribeiro que começara a trabalhar para Espanha em 1518, na Casa de Contratación em Sevilha participou no desenvolvimento dos mapas utilizados na viagem. Depois da ruptura com Rui Faleiro, Magalhães continuou a aparelhagem dos cinco navios que, com 256 homens de tripulação, partiram de Sanlúcar de Barrameda em 20 de setembro de 1519. A esquadra tinha cinco navios e uma tripulação total de 234 homens, com cerca de 40 portugueses entre os quais Álvaro de Mesquita, primo co-irmão de Magalhães, Duarte Barbosa, primo da mulher de Magalhães, João Serrão, primo ou irmão de Francisco Serrão e Estevão Gomes. Seguia também Henrique de Malaca. Antonio Pigafetta, escritor italiano que havia pago do seu próprio bolso para viajar com a expedição, escreveu um diário completo de toda a viagem, possibilitado pelo facto de Pigafetta ter sido um dos 18 homens a voltar vivo para a Europa. Dessa forma, legou à posteridade um raro e importante registo de onde se pode extrair muito do que se sabe sobre este episódio da história. A armada fez escala nas ilhas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, chegando em 13 de Dezembro ao Rio de Janeiro. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina, onde o capitão decidiu hibernar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a nau "Santiago" foi perdida numa viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva o seu nome, aprofundando-se nele. Noutra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na nau "San Antonio" onde a tripulação aprisionou o seu capitão Álvaro de Mesquita, primo de Magalhães, e iniciou uma viagem de volta com o piloto Estêvão Gomes (realmente estes completaram a viagem, espalhando ofensas contra Fernão de Magalhães na Espanha). Apenas em Novembro a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (assim baptizado por Balboa), e baptizando o oceano em que entravam como «Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. Foi também no Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostentam o seu nome - as nebulosas de Magalhães. Em março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões no atual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas atuais ilhas Filipinas em 7 de abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu em combate com os nativos na ilha de Mactan, atraído a uma emboscada, sendo morto pelo nativo Lapu-Lapu. A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano. Decidiram incendiar a nau Concepción, visto o pequeno número de homens para operá-la, e finalmente conseguiram chegar às Molucas, onde obtiveram o seu suprimento de especiarias. Trinidad acabou ali por permanecer para reparos e a "Victoria" voltou sozinha para casa, contornando o Índico pelo sul, a fim de não encontrar navios portugueses. A Trinidad, após os reparos tentou seguir uma rota pelo Pacífico até a América Central, onde poderia contatar os espanhóis e levar a sua carga, no entanto acabou por ter de voltar às Molucas onde seus tripulantes foram aprisionados pelos portugueses que haviam chegado. A nau "Victoria" dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, onde alguns homens foram detidos pelos portugueses, alcançando finalmente o porto de San Lúcar de Barrameda, com apenas 18 homens na tripulação. Uma única nau tinha completado a circum-navegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de setembro de 1522. Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida. A expedição de facto trouxe poucos benefícios financeiros, não tendo a tripulação chegado a receber o pagamento. Curiosidade: Na época não existia a Linha Internacional de Data, sendo que ao chegarem a Sevilha a tripulação não subtraiu um dos 1081 dias que permaneceram a bordo da expedição. A precariedade das medições não foi suficiente para conter a discussão que se seguiu sobre a duração da viagem, sugerindo que fosse enviada ao Vaticano uma comissão internacional sobre expedições ao redor da Terra. NOTA: A informação exposta neste artigo foi seleccionada através de uma compilação de dados obtidos no correspondente artigo na wikipedia. IMAGENS: Retrato de Fernão de Magalhães • Mapa da Rota de Magalhães • Nuvens de Magalhães • VIDEO: Grandes Navegadores - Fernão de Magalhães. |
Américo Vespúcio
1502 | Américo Vespúcio identifica o continente americano. De Lisboa escreveu a Pier Francesco dei Medici: "Chegámos a uma nova terra que, por muitas razões que enumero a seguir, observamos tratar-se de um continente." ▼ |
Como representante de armadores florentinos, o mercador e navegador Américo Vespúcio encarregou-se em Sevilha do aprovisionamento dos navios para a segunda e a terceira viagens de Cristóvão Colombo.
Supõe-se que tenha participado de incursões pelo Atlântico desde 1497. Em meados de 1499 passou ao largo da costa norte da América do Sul, acima do rio Orinoco, como integrante da expedição espanhola de Alonso de Ojeda, a caminho das Índias Ocidentais. Vespúcio partiu de Lisboa a 13 de Maio de 1501, ao serviço do rei D. Manuel I de Portugal, na expedição de Gaspar de Lemos constituída por três naus, cujo objetivo era investigar as potencialidades económicas e explorar a recém descoberta costa do Brasil. Em Agosto avistaram terra firme e continuaram a percorrer a costa sul até entrar a 1 de Janeiro de 1502 na baía do Rio de Janeiro. Quando Vespúcio regressou do Brasil, declarou que o território frente ao qual tinha navegado estendia-se demasiadamente para o sul para se tratar da Índia. A popularidade trazida pelas narrativas das suas viagens converteu-o num dos autores mais lidos naquela época. Foi o cartógrafo Martin Waldseemüller quem primeiro nomeou o novo continente América, em homenagem a Américo Vespúcio. NOTA: A informação exposta neste artigo foi seleccionada através de uma compilação de dados obtidos no correspondente artigo na wikipedia. IMAGENS: Retrato de Américo Vespúcio • Vespúcio com os nativos VIDEO: Grandes Navegadores - Américo Vespúcio. |
Diogo Dias
1500 | Diogo Dias descobre a ilha a que deu o nome de São Lourenço, mais tarde denominada Madagáscar. A sua embarcação perdeu-se durante uma forte tempestade, e acabou por ser o primeiro capitão português a viajar pelo mar Vermelho. Incapaz de prosseguir rumo à Índia, voltou a Portugal, onde chegou com apenas sete homens, tendo os restantes tripulantes ficado pelo caminho vitimados pela fome e pela sede. |
NOTA: A informação exposta neste artigo foi seleccionada através de uma compilação de dados obtidos no correspondente artigo na wikipedia. IMAGENS: Retrato de Diogo Dias • • • • • VIDEO: Biografia de . |
Pedro Alvares Cabral
1500 | Pedro Alvares Cabral oficializa a descoberta do Brasil. A frota, composta por treze embarcações, tinha partido de Lisboa a 9 de março e alcançou o nordeste do continente sul americano a 22 de abril. Cabral batizou o local de Monte Pascoal (uma vez que aquela era a semana da Páscoa). ▼ |
Cabral foi nomeado para chefiar uma expedição à Índia em 1500, seguindo a rota recém-inaugurada por Vasco da Gama, contornando a costa africana. O objetivo deste empreendimento era voltar com especiarias valiosas e estabelecer relações comerciais na Índia — contornando o monopólio sobre o comércio de especiarias, então nas mãos de comerciantes árabes, turcos e italianos.
Como o novo território se encontrava dentro do hemisfério português de acordo com o Tratado de Tordesilhas, reivindicou-o para a Coroa Portuguesa. As terras que tinha reivindicado para o Reino de Portugal mais tarde constituiriam o Brasil. A frota reabasteceu-se e continuou rumo ao leste, com a finalidade de retomar a viagem rumo à Índia. Nessa mesma expedição uma tempestade no Atlântico Sul provocou a perda de sete navios, as seis embarcações restantes encontraram-se eventualmente no Canal de Moçambique antes de prosseguirem para Calecute, na Índia. Cabral inicialmente obteve sucesso na negociação dos direitos de comercialização das especiarias, mas os comerciantes árabes consideraram o negócio português como uma ameaça ao monopólio deles e provocaram um ataque de muçulmanos e hindus ao entreposto português. Os portugueses sofreram várias baixas e as suas instalações foram destruídas. Cabral vingou-se do ataque saqueando e queimando a frota árabe e, em seguida, bombardeou a cidade em represália à incapacidade do seu governante em explicar o ocorrido. De Calecute a expedição rumou para Cochim, outra cidade-estado indiana, onde Cabral fez amizade com seu governante e carregou os seus navios com especiarias cobiçadas antes de retornar para a Europa. Apesar da perda de vidas humanas e de navios, a viagem de Cabral foi considerada um sucesso após o seu regresso a Portugal. Os lucros extraordinários resultantes da venda das especiarias reforçaram as finanças da Coroa Portuguesa e ajudaram a lançar as bases de um Império Português, que se estenderia das Américas ao Extremo Oriente. Cabral foi mais tarde preterido quando uma nova frota foi reunida para estabelecer uma presença mais robusta na Índia, possivelmente como resultado de uma desavença com Manuel I. Tendo perdido a preferência do rei, aposentou-se da vida pública, havendo poucos registos sobre a parte final de sua vida. As suas realizações caíram no esquecimento por mais de 300 anos. Algumas décadas depois da independência do Brasil, no século XIX, a reputação de Cabral começou a ser reabilitada pelo Imperador Pedro II do Brasil. Desde então, os historiadores têm discutido se Cabral foi realmente o descobridor do Brasil e se a descoberta foi acidental ou intencional. A primeira dúvida foi resolvida pela observação de que os poucos encontros superficiais feitos por exploradores antes dele mal foram notados e em nada contribuíram para o desenvolvimento e a história futuros da terra que se tornaria o Brasil, a única nação das Américas onde a língua oficial é o português. Quanto à segunda questão, nenhum consenso definitivo foi formado e a hipótese de descoberta intencional carece de provas sólidas. Não obstante, embora seu prestígio tenha sido ofuscado pela fama de outros exploradores da época, Cabral é hoje considerado uma das personalidades mais importantes da Era dos Descobrimentos. NOTA: A informação exposta neste artigo foi seleccionada através de uma compilação de dados obtidos no correspondente artigo na wikipedia. IMAGENS: Retrato de Pedro Alvares Cabral • Chegada a Vera Cruz • Mapa da rota de Cabral • VIDEO: Brasil: Viagem de Pedro Alvares Cabral. |
Vasco da Gama
1498 | Vasco da Gama comanda a primeira expedição europeia a chegar à India por via marítima. A frota composta por quatro embarcações tinha partido de Lisboa a 8 de julho do ano anterior e alcançou Kappakadavu, próxima a Calecute, no dia 20 de Maio, ficando estabelecida a Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a índia. ▼ |
Antecedentes Desde o início do século XV, impulsionados pelo Infante D. Henrique, os portugueses vinham aprofundando o conhecimento sobre o litoral Africano. A partir da década de 1460, a meta tornara-se conseguir contornar a extremidade sul do continente africano para assim aceder às riquezas da Índia – pimenta preta e outras especiarias – estabelecendo uma rota marítima de confiança. A República de Veneza dominava grande parte das rotas comerciais entre a Europa e a Ásia, e desde a tomada de Constantinopla pelos otomanos limitara o comércio e aumentara os custos. Portugal pretendia usar a rota iniciada por Bartolomeu Dias para quebrar o monopólio do comércio mediterrânico. Manuel I de Portugal confiou a Vasco da Gama o cargo de capitão-mor da frota que, num sábado 8 de Julho de 1497, zarpou de Belém em demanda da Índia. Era uma expedição essencialmente exploratória que levava cartas do rei D. Manuel I para os reinos a visitar, padrões para colocar, e que fora equipada por Bartolomeu Dias com alguns produtos que haviam provado ser úteis nas suas viagens, para as trocas com o comércio local. O único testemunho presencial da viagem consta num diário de bordo anónimo, atribuído a Álvaro Velho: Contava com cerca de cento e setenta homens, entre marinheiros, soldados e religiosos, distribuídos por quatro embarcações: - São Gabriel, uma nau de 27 metros de comprimento e 178 toneladas, construída especialmente para esta viagem, comandada pelo próprio Vasco da Gama; - São Rafael, de dimensões semelhantes à São Gabriel, também construída especialmente para esta viagem, comandada por Paulo da Gama, seu irmão; no regresso, com a tripulação diminuída, foi abatida em Melinde, prosseguindo na Bérrio e São Gabriel. - Bérrio, uma nau ligeiramente menor que as anteriores, oferecida por D. Manuel de Bérrio, seu proprietário, sob o comando de Nicolau Coelho; - São Miguel, uma nau para transporte de mantimentos, sob o comando de Gonçalo Nunes, que viria a ser queimada na ida, perto da baía de São Brás, na costa oriental africana. A expedição partiu de Lisboa, acompanhada por Bartolomeu Dias que seguia numa caravela rumo à Mina, seguindo a rota já experimentada pelos anteriores exploradores ao longo da costa de África, através de Tenerife e do Arquipélago de Cabo Verde. Após atingir a costa da atual Serra Leoa, Vasco da Gama desviou-se para o sul em mar aberto, cruzando a linha do Equador, em demanda dos ventos vindos do oeste do Atlântico Sul, que Bartolomeu Dias já havia identificado desde 1487. Esta manobra de "volta do mar" foi bem sucedida e, a 4 de Novembro de 1497, a expedição atingiu novamente o litoral Africano. Após mais de três meses, os navios tinham navegado mais de 6.000 quilómetros de mar aberto, a viagem mais longa até então realizada em alto mar. A 16 de Dezembro, a frota já tinha ultrapassado o chamado "rio do Infante" ("Great Fish River", na atual África do Sul) – de onde Bartolomeu Dias havia voltado anteriormente – e navegou em águas até então desconhecidas para os europeus. No dia de Natal, Gama e sua tripulação batizaram a costa em que navegavam o nome de Natal (actual província KwaZulu-Natal da África do Sul). O piloto que o sultão da ilha de Moçambique ofereceu para os conduzir à Índia havia sido secretamente incumbido de entregar os navios portugueses aos mouros em Mombaça. Um acaso fez descobrir a cilada e Vasco da Gama pôde continuar. Na costa do actual Quénia a expedição saqueou navios mercantes árabes desarmados. Os portugueses tornaram-se conhecidos como os primeiros europeus a visitar o porto de Mombaça, mas foram recebidos com hostilidade e logo partiram. Em Fevereiro de 1498, Vasco da Gama seguiu para norte, desembarcando no amistoso porto de Melinde – rival de Mombaça – onde foi bem recebido pelo sultão que lhe forneceu um piloto árabe, conhecedor do Oceano Índico, cujo conhecimento dos ventos de monções permitiu guiar a expedição até Calecute, na costa sudoeste da Índia. As fontes divergem quanto à identidade do piloto, identificando-o por vezes como um cristão, um muçulmano e um guzerate. Uma história tradicional descreve o piloto como o famoso navegador árabe Ibn Majid, mas relatos contemporâneos posicionam Majid noutro local naquele momento. Chegada a Calecute A 20 de Maio de 1498, a frota alcançou Kappakadavu, próxima a Calecute, no actual estado indiano de Kerala, ficando estabelecida a Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a Índia. No dia seguinte à chegada, entre a multidão reunida na praia, foram saudados por dois mouros de Tunes (Tunísia), um dos quais dirigiu-se em castelhano «Ao diabo que te dou; quem te trouxe cá?». E perguntaram-lhe o que vínhamos buscar tão longe; e ele respondeu: «Vimos buscar cristãos e especiarias», conforme relatado por Álvaro Velho. Ao ver as imagens de deuses Hindus Gama e os seus homens pensaram tratar-se de santos cristãos, por contraste com os muçulmanos que não tinham imagens. A crença nos "cristãos da Índia", como então lhes chamaram, perdurou algum tempo mesmo depois do regresso. Contudo, as negociações com o governador local, Samutiri Manavikraman Rajá, samorim de Calecute, foram difíceis. Os esforços de Vasco da Gama para obter condições comerciais favoráveis foram dificultados pela diferença de culturas e pelo baixo valor de suas mercadorias,[17] com os representantes do samorim a escarnecerem das suas ofertas, e os mercadores árabes aí estabelecidos a resistir à possibilidade de concorrência indesejada. As mercadorias apresentadas pelos portugueses mostraram-se insuficientes para impressionar o samorim, em comparação com os bens de alto valor ali comerciados, o que gerou alguma desconfiança. Os portugueses acabariam por vender as suas mercadorias por baixo preço para poderem comprar pequenas quantidades de especiarias e jóias para levar para o reino. Por fim o samorim mostrou-se agradado com as cartas de D. Manuel I e Vasco da Gama conseguiu obter uma carta ambígua de concessão de direitos para comerciar, mas acabou por partir sem aviso após o Samorim e o seu chefe da Marinha Kunjali Marakkar insistirem para que deixasse todos os seus bens como garantia. Vasco da Gama manteve os seus bens, mas deixou alguns portugueses com ordens para iniciar uma feitoria. Regresso a Portugal Vasco da Gama iniciou a viagem de regresso a 29 de Agosto de 1498. Na ânsia de partir, ignorou o conhecimento local sobre os padrões da monção que lhe permitiria velejar. Na Ilha de Angediva foram abordados por um homem que se afirmava cristão mas que se fingia de muçulmano ao serviço de Hidalcão, o sultão de Bijapur. Suspeitando que era um espião, açoitaram-no até que ele confessou ser um aventureiro judeu polaco no Oriente. Vasco da Gama apadrinhou-o, nomeando-o Gaspar da Gama. Na viagem de ida, cruzar o Índico até à Índia com o auxílio dos ventos de monção demorara apenas 23 dias. A de regresso, navegando contra o vento, consumiu 132 dias, tendo as embarcações aportado em Melinde a 7 de Janeiro de 1499. Nesta viagem cerca de metade da tripulação sobrevivente pereceu, e muitos dos restantes foram severamente atingidos pelo escorbuto, por isso dos 148 homens que integravam a armada, só 55 regressaram a Portugal. Apenas duas das embarcações que partiram do Tejo conseguiram voltar a Portugal, chegando, respectivamente em Julho e Agosto de 1499.[18] A caravela Bérrio, sendo a mais leve e rápida da frota, foi a primeira a regressar a Lisboa, onde aportou a 10 de Julho de 1499, sob o comando de Nicolau Coelho e tendo como piloto Pêro Escobar, que mais tarde acompanhariam a frota de Pedro Álvares Cabral na viagem em que se registrou o descobrimento do Brasil em Abril de 1500. Legado O comércio de especiarias viria a ser um trunfo para a economia portuguesa, e a viagem de Vasco da Gama deixou clara a importância da costa leste da África para os interesses portugueses: os seus portos forneciam água potável, víveres e madeira, serviam para reparos e como abrigo para os navios esperarem em tempos desfavoráveis (aguardando a monção, ou abrigando-se de ataques). Um resultado significativo desta exploração foi a colonização de Moçambique pela Coroa Portuguesa. Embora o rei D. Manuel tenha compreendido a importância das suas mercadorias, apesar de escassas, as conquistas de Vasco da Gama foram um pouco obscurecidas pelo seu fracasso em trazer bens comerciais de interesse para as nações da Índia. Além disso, a rota de mar estava repleta de perigos – a sua frota levou mais de trinta dias sem ver terra e apenas 60 dos seus 180 companheiros, numa das suas três naus, regressaram a Portugal em 1498. No entanto, esta jornada abriu a rota do cabo direta para a Ásia. NOTA: A informação exposta neste artigo foi seleccionada através de uma compilação de dados obtidos no correspondente artigo na wikipedia. IMAGENS: Retrato de Vasco da Gama • Partida do Restelo • Pilar em Melide • Contactos em Calecute • Rota da Viagem • Túmulo de Vasco da Gama • VIDEOS: Portugal no Tempo das Descobertas - Índia e Brasil • Vasco da Gama - Mini Biography. |
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